sábado, 26 de junho de 2010

Encontrou o amor.

Cada um carrega junto a si o peso do caminho trilhado. Sentada em um banco a beira da praia, uma menina observava calada as diferenças que percebia de cada um que passava a sua frente. Crianças, adultos, idosos; pessoas alegres, cansadas. Ela notava que todos, mesmo aqueles do mesmo grupo, eram diferentes, traziam sorrisos diferentes, maneiras de andar diferentes. E provavelmente, cruzou com milhares de formas de ver a vida, sem necessidade de trocar uma palavra. Viu também várias etnias juntas.

Algumas pessoas, não mais diferentes que as outras, mas com alguma coisa que lhe fez abrir um sorriso de satisfação, fez ela pensar durante tempo maior. Dois amigos, surdos ou mudos, não importa (ou talvez, nenhuma das duas) que conversavam animados usando a língua dos sinais, viram a menina os observando e tentando compreender o que diziam, retribuiu a inocência com o maior símbolo de pureza do mundo, um sorriso, após dizerem alguma coisa entre si.

Virando-se para multidão, viu um casal de idosos, que lentamente caminhavam, não muito atentos a nada, segurando a mão um do outro, com um persistência em cada passo que fazia a menina viajar em outra década, imaginando o quanto feliz eles foram, o quanto de tristeza, dor, angústia, prazer, emoção eles já passaram. Seja lá de que forma foi a vida deles, eles estavam lá, caminhando, amando, sorrindo, com a camisa da seleção. Provavelmente envergonhados, já que presenciaram a de 70.

Quando o casal já estava longe, a menina foi surpreendida por três crianças correndo, queriam liberdade, desafiando-se quão longe poderiam ir e quão rápido. Crianças são anjos, conseguem mudar um ambiente com sua presença, e fazem tão simples uma gargalhada surgir, assim como uma lágrima, ou uma atitude boba (aos olhos da sociedade), nada é bobo uma vez que feito com verdade. Elas são as representantes da sinceridade, pureza, alegria e esperança!

O último grupo que lhe fez dedicar um pouco mais de atenção, era formado por 5 ou 7 estrangeiros, todos negros, não sabia ao certo da onde, mas isso não lhe incomodava. Eles estavam cantando e bebendo cerveja, não se importavam com quem passava e também estavam contagiando a todos. Não se sentiam estrangeiros e estranhos, estavam a vontade como em uma terra em que a miscigenação faz parte da sua raiz histórica.

A tarde já estava terminando quando menina foi embora, contar para seus pais o quanto feliz e satisfeita estava por poder conhecer outro mundo não muito distante. Ela foi dormir com a alma limpa, pois se sentia rica por poder perceber a diferença de cada um, e que a diferença só fazia somar as cores que se formavam naquela festa. Ela viu, ainda, que todos ali, estranhos um ao outro, formavam uma massa de mesmo sentimento. Estavam todos de verde e amarelo!

domingo, 23 de maio de 2010

Igualdade, Equality, Gleichstellung...

O leve tom negrume da pele, amarelado ou rosado, como um fator de se julgar apto. Pois é assim considerado, por uma minoria que insiste qualificar ou designar estados baseados nas gêneses que determinam as diferenças físicas e culturais de cada sociedade e/ou indivíduo.

Demorou, mas a abolição da escravidão chegou, no inicio do século XIX (sendo a terra Brasis a última a aderir a idéia, e mesmo assim, por intervenção maior de poder). Assim como o fim das perseguições aos judeus, que por serem um etnia de miscigenação acabaram sofrendo por fobia, sem nexo, sem fundamento, sem RAZÃO. Além da xenofobia, homofobia, e todas as tantas fobias cuspidas no mundo e difundidas por loucos, sujos prepotentes. Como é fácil julgar, como é ainda mais fácil se fazer de vitima pelo meio. É tão facilmente vil as suas existências, fazem da igualdade uma utopia.

Porém não só por diferenças fisícas, etnicas, culturais e sociais o mundo e a cabecinha pequena dessas pessoas é amontoado. No entanto, quando se abre o outro mundo para elas, a emoção toma proporções absurdas e faz aflorar dentro de todos, uma bondade e gratidão infinita. Porque acima de tudo, até da maior ganância que possa existir, existe uma força maior de fé que incita a todos, e não nos abandona um só segundo. Esta força é o sentimento, qualquer que o seja. Os puros deliberam.

Ver uma religião crer sem censura, em seus deuses, rituais e dogmas. Um negro chegar a cargos de supremacia mundial, uma cultura crescer sem dores, mulheres autônomas, trabalhadores livres de uma burocracia gananciosa, músicos ganhando o mundo. É de tão grande alegria, gratidão e alívio, que o finalmente se apresenta com um lágrima abrindo um sorriso.

A anistia não veio para todos, como assim se conceitua, e esse perdão quem deveria ceder são os que até hoje sentem a dor, a intolerância e o orgulho de representarem a diferença gostosa que a vida impõe, apesar de terem sido pisados ou ainda serem.

Teus pensamentos tão livre quanto o céu carregam tanto poder quanto o ventre carrega a vida. Faça dele seu maior aliado e meio de transformação e vitória. Aos poucos, em cada esquina e com cada vida que se cruzará, lhe dará condições cada vez maiores de alcançar o que se objetiva.

Somos todos iguais e filhos da mesma mãe. Incondicionalmente capazes de amar a todos.

"Um dia Buda estava segurando uma flor diante de uma platéia. Ele não disse nada por muito tempo. A platéia estava em total silêncio. Todos pareciam estar pensando muito na tentativa de descobrir o significado do gesto de Buda. De repente, Buda sorriu. Ele sorriu porque alguém na platéia sorrira para ele e para a flor. Ele foi a única pessoa a sorrir, e Buda retribuiu o sorriso, dizendo: - Tenho uma revelação valiosa a transmitir'. São os pequenos e magnificos gestos que transformam a vida em uma enorme aventura.


O que é bonito não precisa ter rosto.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Eu fico com a pureza das respostas das crianças...

E Pedrinho argumentou: A bruxa malvada tem Papai do Céu dentro dela, mas só que ela se esquece.
E já não era tarde demais.